sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Primitividades da identidade romântica

Do outro lado, uma rapariga cantava. Como sempre acontece em madrugadas de pecados inesperados.
Inspirava-me a relatar um sonho. Um sonho daqueles em que gostariamos que a realidade se intrometesse de forma coscuvilheira e lhe roubasse as imagens e os movimentos, e de uma fraude tremenda lhe trouxesse uma nova identidade.
Este sonho falava-me de caracóis. Loiros mais uma vez. Estaria a definir-se uma predisposiçao clara do que mais me agradava? Talvez. O que acontece é que existia sempre uma caracteristica albina similar. Olhos claros. Cabelos claros. Pele clara. Mas estes olhos eram escuros. Psicadélicos e profundos. E deveras observadores. Tão observadores que pareciam falar. Nao de forma simples. Nao de forma intrometedora como as passadas realidades. De forma cativante. Esperando ouvir uma historia. De uma realidade de "beleza americana" em que o jovem apenas achava a rapariguinha vulgar, interessante. E filmava durante horas um glorioso saco de papel. Desse tipo de olhar. E há quanto tempo que nao se observava um olhar desprovido de luxuria. Um olhar sedento de um calor. De um toque de narizes frios, desejosos de provar o calor humano.
Lembro-me como o nariz de caracois loiros a abordara. Roubara-lhe uma conversa.
Fora tao simples como isso.
- E tu és?
- Eu sou eu.
A rapariguinha ria-se de nariz quente de fim de verão.
(a música muda. julgo que neste momento um rapaz hispanico me diz amar tal como sou. nao sei se acredite)
E de uma breve e curta conversa se tinha provado a doce tentaçao pos juvenil.
O eu tinha ficado apresentado, a rapariguinha continuava no seu programa de protecçao de testemunhas, e o rapaz motivado á conquista.
Lembra-se, depois, de como durante a noite uma das suas historias de pecados, passara para um sonho. Continuava com a seguinte conversa.
-Nao sabia se o interesse estava lá. O interesse parecia estar lá. Mas parecias ignorar. Parecias apenas querer olhar. E olhar mata. Como os iogurtes de cereais e frutos vermelhos. Diz me só. Eu interesso te?
-Achas que nao?
-Acho que ja nao sei. Acho que devia de saber. Interesso te minimamente?
-Nao.
-Obrigada . Era so o que queria saber.
E devagar se levantava das escadas, e subira um degrau quando a sua mao suspensa por outro, exercia a rotaçao instantanea do seu corpo.
-Nao me interessas apenas minimamente.
E trocava um beijo com ela.
- Eu sei como te chamas.
- Eu também.
Estranho, como o nome importava. Parecia algo tão primitivo para o resto do mundo. E para a sortuda rapariguinha, era a eterna novidade.
(O rapaz hispanico continuava a atingir os agudos mais romanticos do mundo. Mas está prestes a acabar.)

Olá meu cheesecake! Estás no ar!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

talvez fosse outro nome

Já agora, era só mais uma mortalha. Nem isso. Era so mais um pedaço de cartão para curar o vicio. Mais um pedaço de chão a olhar nos de baixo. Mais um pedaço de rotina a puxar-nos para o decadente, para o alucinante, para o desencaminhador. O porco, o sujo, o mau e o triste. O importante. Era só mais um acto de amor numa tenda mais proxima.
Era só mais um corpo. De cabelos rebeldes que me puxassem novamente o eterno e para o vácuo inconcebivel do irresistivel corpo. Loiros.
------------------------( Porque seriam sempre loiros? )----------------------------
Do suave e quente corpo. Aquele que veio protegido contra o desconhecido. Com sabores diferentes. Aquele que (se) vem contra tudo e contra o indesejável. A favor do apetecivel. A favor do genuino e do esporadico por ser nosso.
- diz me outra vez o teu nome.
- joana.
- diz por favor. (enquanto me morde a perna encaixada no seu tronco)
- joana.
- vou ser então o joão.
fazia sentido. contra todos os protestos, amanha nem joao es. Deixas de ser. Passas a existir no mundo alheio dos perdidos. Mas foste um calor frio, que espasmodica e liricamente, se havia tornado num nome compativel.
(...)
um estranho ao casal aproximava se.
perguntou, zonzo de ilusões auto provocadas
- diz me so se es bonita.
- nao. sou horrivel.
e do meio de um tronco e uma perna, com os seus cabelos rebeldes dizia este.
- ela é linda.
escrevi te o meu nome nas costas. sem canetas. sem materiais. com a minha lingua. e sublinhei com os meus beijos.
"olivia"


(my life without cheesecake sucks)

domingo, 25 de julho de 2010

"mudei"

Sou um ser mudo.
(esqueci as palavras ocas da adolescência falaciosa, segui o ensinamento mais profundo do cultura contemporânea : viver)
Sou um ser feliz e completo. Nada me falta sentir.
Continuação de boas procuras, continuação de boas descobertas.

Chega de beijos.
Sorrisos, amor, paz e imensidão.
Boas férias. (boas vidas)

(a perfeição da simplicidade)

domingo, 13 de junho de 2010

It's just whisky - again.

Fervilho
No calor de um grito
Num sufoco único
O sufoco que dói
Que nao cura
Apenas arde
Apenas fervilha
Apenas grita ainda mais
E ainda mais faz gritar
E acredita na aurora
Como se fosse remendar
O partido e o febril
O dorido e o escaldado
O inútil e emendado
E destruido por mal estar cuidado
O coração que se partiu
Sem auxilio da sensibilidade
Que nasceu remendado
E nao suportou o corpo
E nao suportou o espirito
E suportou apenas a efemeridade
Da inevitabilidade de se partir.
Nasci da lirica espuma
E com ela se misturou um alcool cruel
E assim em vez de ficar apenas de uma
Fiquei de duas e tres cores.
E de alcool e espuma foi moldado o coraçao
Que ainda que rogasse modesta absolviçao
Foi quebrado.
Tentou deus comigo experimentar
O vicio e a nostalgia
Do rebelde mar.
Fervilho
No calor de um grito que nao é meu.
Foi gritado ao céu, e deixado a esperar.
Pois gritemos entao mais uma vez,
E esperemos que a ressaca cure o inevitavel
Do honesto alcool
E da espuma, o calor lirico.
Tipico!
Deixemos vir o cafe, deixemos a manhã chegar.
Amanha, o novo e o acordar.
Tragam a compressa e o remendar.
Era um whisky e uma vodka para levar.
Se do alcool nasci,
Deixai me entao todos os dias com ele,
Um pecado acabar.

Este fala - nos do quente e do frio,
E do acabar.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

The Famous Grouse result






Sou o produto das minhas influências.
Se descobri a pólvora ou não deixo o público decidir, mas não obstante a tudo o que consideramos dito e feito, sou um produto construído. Sou o desejo de muitos, numa primeira instância num sentido anti-luxuriante e numa última neste mesmo. Sem qualquer tipo de contradições. Sou o produto de decisões. Sou o produto de um espermatozóide, um óvulo e whisky. The Famous Grouse, diz me o bar da sala. Respeitemos as preferências das figuras paternais. Nasci por um desejo comum, fui influenciada até atingir os maiores extremos que podemos exigir de um ser humano. Perdi, perdi-me e fui perdida. Deixei-me achar, para fugir mais uma vez.
Aos próximos amigos, peço-vos que não se riam pelas evidências. É o que faço de melhor. Sei fugir. Sei armar-me em arrogante e fugir do mundo. Quando não gosto dele, quando não o acho bonito. Só porque por vezes cheira mal. É o que a merda incrustada faz. Culpo a ingenuidade dos dezoito anos de vida. Considero-os os mais ingénuos. Oiço as palavras, leio as palavras e sinto as palavras de outros com essa mesma idade. Apetece me rir até não mais poder e pedir-lhes calma e paciência. Sei que não a têm. Os dezoito anos não permitem esperas, fazem se de caprichos, foram determinados numa qualquer constituição da adolescência que assim teriam de ser, abaixo da regra de ouro: " Deverás pensar que cada noite da tua vida, é a ultima." Permitam me blasfemar contra os vossos princípios. Não é. Não é a última, não é a penúltima, não é a antepenúltima. Não é nada. O liceu é a ilusão dos tempos, que vos permite ver num jaula de vidro duplo, o mundo cá fora e julgar que são todos conformados por escolha própria. Eles chamam-lhe lei da sobrevivência, ganha apenas o mais forte, o mais astuto. Eu encontro me no meio. Já perdi e fui perdida. E o que perdi foi mais importante. O mais determinante. Perdi o reflexo. Por banalidades de uma vida intrusa nas escolhas humanas, perdi a irmandade, perdi a continuidade. Deixaram-me o espectro que também me abandonou. Pelas decisões inconscientes da vida. Sempre me criticaram por assim ser. Demasiado inconstante. Demasiado impulsiva. Regendo me pelos impulsos, e nao pelos concelhos ou pelas regras. Não há mal nenhum em seguir algumas regras. Mas tornei me apática á lei dos homens. É demasiado perfeita para mim. Peco por maldade. Peco por descargue de mim mesma. Escrevo pelas mesmas razões. A escrita e o pecado vêm agregados na minha existência. E a dança. Mas essa é apenas a banda sonora. Farta de ter um nome conhecido, mas uma existência insondável.
Sou o produto das minhas influências. Quem me conhece, fez de mim o que sou. Os outros 50 por cento, foi o coma.
Uma vodka, um Camel e Glee em finais de tarde.

Apenas sorrio á genuidade e á estupidez.
O passado e o futuro, nao existem..

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Um shot de mediocridade


É suposto termos dúvidas.
Circunstanciais ou não, as dúvidas na juventude, fazem-nos reais. É o que mais nos caracteriza. Ninguém quer realmente saber do que fazemos, do que queremos, do que vivemos. Impõem-nos metas. Concretizam-nas? Não? É uma pena. A vossa utilidade fica por aqui. O vosso futuro manchado.
Falta personalidade á juventude. Falta a garra, falta o carisma, a audácia de dizer que não e ser creditado por isso. Já ninguém o faz. Os velhos do passado tornaram-nos rebeldes por sabermos pensar, desrespeituosos por termos opinião propria, feios por não sermos como eles.
A cliché diferença de que tanto se fala no nosso quotidiano é uma mentira que nos tentam incutir no nosso pequeno cérebro influenciável para que acreditemos que somos inferiores, que somos menos que os mais velhos. Os mais velhos são menores, são mais prepotentes, mais radicais, mais preconceituosos e mais pragmáticos.
Não tenciono tirar o curso ao Domingo e acabar em ministra, gerir uma autarquia com o 9º ano de escolaridade, abrir um cabeleireiro para meia dúzia de idosas onde um preto entra e chamam a policia. Foi-nos incutida a necessidade de termos medo, de absorvermos o medo, de sentirmos o medo! "Filha, nao vás para ali que é só drogados!" , pobre mãe carinhosa e ignorante, que mal sabe que já na preparatória a havia. Deixemo-la sonhar.
O mundo não pode ser construído sobre pragmatismos, ou acaba. O dogma de uma Filosofia de 11º ano, gasta e ridicula, apenas torna o mundo mais insuportável. Bom para quatro ou cinco, cabeças de ferro que se enquadram nos padrões de antiguidade e conservadorismo com que cresceram e foram educados e para mais ninguem.
O mundo tem de ser construído sobre a idealogia de que não somos todos iguais, não somos todos bonitos, não somos todos inteligentes e brilhantes, não somos todos prespicazes... E não são? Façam por isso. Trabalhem por isso. E por isso serão mais altos, e maiores tambem.
Não tão altos como eu. Mas a minha perfeição não tem limites.

"ui que a rê não escreveu sobre marotices." ...
Chamem a policia, já tenho saudades.

sábado, 8 de maio de 2010

(In)Suportável

Um manual rápido e instrutivo para a compreensao da mente de renata alves.

Nao suporto ideias pré concebidas. Nao suporto ser recordada. Nao suporto ser venerada, muito menos adorada. Nao suporto ser abordada. Nao suporto ser amada. Nao suporto nao amar. Nao me faz sentir mais ou menos vazia. Faz me sentir desintegrada do mundo convencional. Do que é suposto pensar. Do que é suposto fazer. Do que é suporto amar. De como é suposto amar.
Toda a memória alheia traz recordações do que ouviram dizer da minha pessoa. se é que me posso considerar tal coisa. Considero-me uma essencia deambulante, que tenta respirar o máximo de ar puro possivel, sem se contagiar com as vozes, com os barulhos, com as luzes incandescentes vindas do mundo. Nao suporto a luz indesejada. Nao suporto demasiada clarividencia.
Nao suporto escrever de luzes acesas. Fazem me encarar a claridade. A mais puta das percepçoes humanas. A solidão da escrita faz me perceber o porquê de ser, em tom de cliché de novela, como realmente sou.
Nao suporto pressoes próprias e alheias. Nao consigo olhar á volta e ver pressoes de qualquer natureza. E muito menos no campo do conforto, do amor e da imprevisibilidade e naturalidade com que tudo deve acontecer. Nao suporto análises das coisas. Nao suporto falar sobre as coisas. Nao suporto que me venham falar sobre as coisas. As coisas nao existem. Sao ideias pre concebidas. Apenas ideias pre concebidas. É a auto estima que decresce e decresce, até fazer com que cada ser, pense que nao é amado, nao é abordado, nao é recordado, por nao ser mencionado a cada segundo.
Nao faz parte da minha natureza.( Nao me pressiones por favor. ) Nao me digam como reagir perante a imprevisibilidade do meu puro ser. Puro de intençoes, mas ainda assim, sagrado, inelutável e inoxeravel ser.
Nao suporto perguntas com "Quandos?", "Ondes?", "Porquês?" e "Com quens?". Ninguém deve saber de outrém mais do que lhes é confessado em conversas a dois. Tudo o que provém de fora, é pecaminoso .É invejoso e provém de uma ira criminosa de nao saberem quem sao realmente. Nao suporto relaçoes em que nao posso fluir. Nao suporto gente vil, que pensa que toda a natureza humana, é construida sobre a mesma forma de pensar, sobre a mesma forma de agir. Sao estas as pessoas que, com a pura sorte macabra do destino, dão em grandes amores para a eternidade. Pela imprevisibilidade do momento, pelo amor incondicional e sem interrogaçoes de mortais a interromper o caminho rupestre, e sem justificaçoes continuas de tudo o que se passa á volta no mundo. Sao essencias compativeis deambulantes, que vivem respirando, existindo, cumprindo os sonhos, e mesmo de dentro do rebanho, brilham no escuro imposto pelos outros. Gesticulam. Nao usam palavras vãs, apenas prosa lírica. Ignoram as cores e são belos por serem únicos e felizes.
Acreditem nas minhas palavras - sou incrivelmente sábia, nos meus intervalos de escuridão imposta, em que apenas o monitor me indica o caminho.


Respirem fundo.
O mundo flui por si só.

sábado, 1 de maio de 2010

Agridoce

O tempo não pára.
Deve ser este o determinante mais cabrão da existencia humana. Ou o mais são. Oferece-nos a nascença, a idade e com esta a maioridade para que possamos fazer dela o que mais ninguém faria, o que mais ninguem diria, o que mais ninguém pensaria. Pela adrenalina, pelo êxtase de já não existir a dependência, pela invencibilidade de sermos quem somos. (sorrio e troço de mim mesma enquanto digo estas palavras)
Leiam bem o que vos sussuro ao ouvido como uma amiga do mundo que me considero:

A dependência é uma ilusão. A independência é uma ilusão. Não existem as mesmas ideias que tinha nos meus recentes 18. Os 18 são a maior ilusão de todas. Custa-me a acreditar na minha prévia e pura ingenuidade. Gosto de olhar á minha volta e ver todos os restantes iludidos. Não lhes digo que é tudo um sonho. Se foi bom para mim, porque não poderá ser para eles?
Vi um anúncio da sumol no metro. Dizia "um dia vais achar que sair á noite é ir por o lixo á rua". Eu acho. As minhas noites alongaram-se. Agora a minha noite é o meu dia. Sempre. Não tenho horas para ser descontrolada, leviana e invencivel, como a Lua nos faz querer acreditar que nos tornamos. O meu dia é todo ele imprevisivel, apaixonado e muitas vezes, consciente e controlado. Já nada me surpreende. É muito raro algo me surpreender. Normalmente , sou eu quem costumo surpreender. Sou boa nisso. Sou boa em quase tudo o que gosto de fazer. Sou boa. Ponto final. Digo isto, calma e radioheadamente. Que é como quem diz, no calor da tarde, de televisao ligada, phones e uma manta. Está calor lá fora. Tenho uma manta na pernas e estou de pernas cruzadas. O conforto existe em todas as estações do ano.
Quarta-feira ,19.
Era um Peugeot e uma vodka.
Gosto da vida agridoce.
Pode ser pura ou com sabores.

Foi e será sempre um prazer.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Amor? Sabe a café.


A natureza de quem somos, vê-se no vento.
Sem qualquer cliché anexado.
Uns nascem para vencerem contra as forças sobrenaturais da natureza e para de corpos nus o combaterem. Outros deixam-se levar.
Algumas pessoas acordam, relembram o passado e de porque não repetir os erros, ou de porque os repetir. Não sentem amores fáceis e não dizem amo-te a qualquer um. Algumas pessoas amam para lá das palavras. Algumas pessoas não sabem amar devagar. Algumas choram por amar, deixam-se levar pelas lágrimas criminosas e pedem para não se repetir tudo outra vez. Mas acontece. Algumas pessoas fingem que não amam até. Porque essas algumas pessoas, já choraram tudo o que havia para chorar. E do mar de lágrimas de que se constituíam, ergueram-se, tornaram se quem são. Fizeram de si próprios ícones, fizeram de si próprios reflexos de que se orgulham, e não deixam qualquer um destruir essa imagem, por palavras ocas. Não são as palavras que definem o que sentimos. A minha vida está cheia de palavras. E os actos destruíram-nas umas vezes depressa e outras devagar. Não me falem de palavras. Falem me de surpresas, falem me de me compreenderem para lá do que é visto. Falem me de coincidências e falem me de mensagens ás 4 da manha. O amor não são palavras. O amor são os momentos que pensavas que apenas tu podias proporcionar a ti mesmo por tudo o que já passaste, e que por milagre alguém consegue que sintas. Depois de tudo. Depois do passado te mostrar o que há de melhor.
Já não acredito em "amo te"'s. Foram gastos pela mediocridade. Hoje acredito em mim.

Já vi de tudo.
In life , i'm an expert
How can you show me anything new.?

quarta-feira, 14 de abril de 2010

origami soul

se a alma fosse feita de papel
e os sonhos fossem espuma
que trespassasse os dedos
deixando a água e o nada
e a vida fosse um filme
a branco e a preto
em que o cinzento fosse aceite também
e os corpos fossem de chocolate
e perdessemos membros
por gula alheia
e a saudade fosse imaginaria
e a alma fosse de papel...
e a alma fosse de papel.
e o amor servisse para lamber
como um chupa colorido em espiral.
e o sexo fosse uma historia
em que o fim "vinha" sempre cedo demais.
e o chao fosse um colchão
onde rebolávamos esperando o autocarro.
e o sol nascesse e ficasse parado á minha porta,
e a lua nao existisse.
e a alma fosse de papel
se a alma fosse de papel.
e o passado pudesse ser apagado
mas com uma borracha especial muito cara
e o futuro pudesse ser escrito
com uma caneta especial gratuita
e a dor passasse com a musica
que mais tocasse no coraçao
e a alma fosse de papel
se a alma fosse de papel
se a minha alma fosse de papel,
fazia origami.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Lembra te de mim

Abri a mão e fugiste sem que me desses tempo de te voltar a apanhar. Os espaços entre os dedos tornaram-se grandes e depois imensos até que era inevitável fugires me por entre os dedos. Restava-me chorar. Se o fiz? Não me tomes por uma qualquer. Não choro por fatalidades. Não tenho culpa do espaço entre os meus dedos e nao tenho culpa que o destino te quisesse tirar dos meus dedos, e das minhas mãos e dos meus braços, ate que o meu corpo te desconhecia apos cada beijo, cada palavra e toda a minha essencia desconhecia o que foi um dia teu. Nao derramo lagrimas por saudades inevitaveis. Com espaços abertos entre as maos, uni os devagar e depois fechei a mao e tornei a num punho. Converti a saudade, "os porquês?", a incompreensao de tudo pela luta diaria de combater com uma raiva que nao escolhi ter, mas que me mostrava o caminho mais facil para a libertaçao de uma essencia positiva dentro de mim, ainda que revoltada. O rancor era um apelido demasiado poderoso para o meu feminino e delicado nome. Mas em que havia eu de o converter? Se tudo o que tinha era um punho fechado, a energia pronta a usá lo e um sorriso falso e gasto pela convençao de o usar para justificar o meu quotidiano. O espelho recusava se a mostrar a imagem de alguem tao magoado por uma saudade incontrolada pelo desejo e deixou de reflectir a existencia. Em que havia eu de o converter? EM QUE HAVIA EU DE O CONVERTER? Num dia de chuva, sentei me na na berma da calçada e pensei na resoluçao de um dia inacabavel de meses e anos. Devagar senti a força do punho transformar se num formigueiro. Sentia novamente as extremidades da mao, a dormencia na ponta dos dedos. Deixei a abri se devagar. Na palma tres palavras se mostravam borradas pelo suor de dias , mas legiveis completavam assim uma pagina de uma nova vida. "Lembra-te de mim"

Mas quem manda aqui sou eu.
Decidi esquecer te.
O que foi um prazer, deixou á muito de ser.



(to ana tome.)


segunda-feira, 12 de abril de 2010



For me , the hard part is to pick.

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Not guilty

(Ouvi dizer!)
Escapavam-se as sombras nas paredes. Nem um relance de luz fazia prever que nada fosse acontecer. E mesmo no escuro, ela sentia que num carrossel rodava todo o seu corpo, e o cérebro se deslocava de lugar. Segurava na cabeça para que este não tentasse fugir, e deitada no escuro tentava lembrar-se quantas garrafas tinham ido com a noite. Recordava-as vazias, no chão morto, e pensava quantas seriam. Mas até as recordações lhe rondavam a cabeça como crianças e sem pararem quietas insistiam em não se deixarem contar. Uma. Uma tinha sido de certeza. Pelo hábito. Duas. Só para nao deixar a outra sozinha. Três, visto que odiava números pares. (Muito monotonia. Muita normalidade. )Uma luz acendia-se. Alguém entra no quarto e reclama o que é seu por direito. Entorpecida pelas companheiras vazias, deixava-se cair em múrmurios vagos de o que seriam palavras de negação num mundo sem álcool. Devagar, levanta-se, vendo o outro corpo esperando, qual predador, pelo momento de atacar. Dirigia-se para a porta murmurando algo como : " Sai me da frente." Repetia se. E gritava "SAI ME DA FRENTE CARALHO". E dava-lhe um estalo. O impulso porque que este esperava. Impulsos de homens de cabelos dourados. Depressa atacava com as suas trezentas mãos sedentas de carne e reclamava o corpo dela como seu. Beijava-lhe o pescoço, trincava-o sofregamente, mais como uma refeiçao que como um aperitivo para o que se iria suceder e deixava -a sentir que tinha perdido o controlo. Contra uma, duas, tres paredes, rebolava sentindo as suas mãos libertarem-lhe também os próprios movimentos, a mente, e o fecho das calças. Psicadelicamente, sentia as luzes do tecto enunciarem-lhe uma trip alcoólica indesejável. Apagava a luz com um pé, erguendo o corpo com o impulso das suas costas e caindo ao seu colo, com a força de o atirar ao chão e ficava agora por cima. Com a astúcia de um felino, identificando a escuridão como o seu lar, ela prendia-lhe as mãos por cima do corpo, e descendia no seu corpo horizontal e fatal. Sentia lhe o V em que o vértice era o seu terceiro membro inferior, e beijava-o sem sequer pensar em ser meiga. As suas mãos caiam-lhe de tras da cabeça e pegavam agora na dela, incitando a que descesse um pouco mais. Usava os dentes. Não permitia que o seu controle lhe fosse retirado pelo seu próprio objecto de desejo. Abria-lhe o botao das calças com os dentes, e controlava-lhe as maos com as suas, entrelaçando os dedos com os seus. Vislumbrava-se ao longe um vale bem mais permitido do que o faziam crer. Abrindo a boca deixou os ensinamentos para trás e seguiu o instinto. Uma vez satisfeita, engoliu. E sentiu o corpo ser impulsionado para debaixo do dele, sem qualquer tipo de licenças ou permissões. Penetrou a, invadindo o já descoberto, mas sempre pronto a ser saciado. E num impulso, ergueu-a no seu colo, e contra a parede que estava acima das suas cabeças, atirou a, ficando com o seu corpo, segurando lhe o desejo, e o corpo. Nao existia gravidade que deixasse cair os corpos ou os membros. Ela erguia os braços, e alternando tocava lhe nas nadegas, sentindo a pressao que fazia com o seu oposto. Beijava suavemente, e mordia o o lábio inferior para que ficasse marcado até ao dia seguinte. E nos proximos. Quando terminou, pegou a ao colo suavemente e pousou a na cama, exausta. Deitou se ao seu lado. Ela de lado, encaixava perfeitamente no corpo deste que ficando por trás, dava asas a mais. Segurando no seu peito com a sua mão direita, apertava-o e deixava o terceiro membro invadi la sem pudores e sem taboos. Beijava lhe as costas. Como adorava as suas costas. E dizia o seu nome, como um murmurio sagrado. No fim, deixava todos os membros descansarem, deixando os labios pousados nas suas costas, provocando a ela os maiores e mais pequenos espasmos do climax. Cansado, dizia lhe baixinho, sem que a impedisse de sonhar " descansa, amanha é outro dia".
Esperou que ele adormecesse. Levantou-se retirando a mao dele, do seu peito e desencaixando se lentamente da posiçao feita para durar até de manha. Vestiu as calças, a blusa e o casaco.
Á porta do quarto, jaziam as culpadas garrafas. Uma, duas,... Apenas duas? Perguntava á amiga vodka como se declarava apos o sucedido. Esta respondia lhe, sorrindo ao descaramento, "Not guilty!".
Era uma Vodka e um maço de Camel.
Rotinas de um espirito pecador.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Palavras a um sol taciturno

Hoje vi o sol morrer.
Estava à varanda. Não muito longe do mundo. O sol agraciava-me a casa com a sua luz. Não lhe agradecia, era o seu mais que dever. Todos temos um. O meu era dormir. Dormir até o sol se por e depois sair e ver a Lua mais de perto. E tocar-lhe. Lembrar-me de como era bonita quando lhe tocava acompanhada de uns e outros e como esses destruiram as minhas ilusões nocturnas, e me fizeram partir para outra realidade.
Uma realidade onde também á luz do sol, existiam sorrisos, se cogitava bebendo imperiais feitas para corações bonitos e se fazia o que não devia, se faziam tranças em cabelos ruivos que desta cor ficavam devido a demasiadas sangrias, se trocavam beijos em relvados em que também o sol queimava a pele, se ouviam melodias de outros tempos e dos nossos e se dançava. Sozinha ou acompanhada. Com ou sem Lua. Se dançava sempre. Fosse para os outros, fosse para mim mesma. Por ordem de sua autoridade o médico de familia, era agora possivel continuar a sonhar. O que fazia por amor a mim mesma havia me sido proibido e agora de novo autorizado. Abusava desse direito. Era perfeito. A Lua também assim o autorizava. Como de outras vezes apenas autorizava toques, beijos, e intimidades que so eram intimas pela nudez que as caracterizava, mais nada. E com graus negativos na rua, se despiam, e sentiam ainda assim o calor alheio, disposto a tornar-se mútuo entre os dois. De todas as vezes em que outros se deitavam ao meu colo e choravam e eu acariciando-lhes o claro cabelo lhes prometia fidelidade. E como ma traiam, num clima pecador anti-cristão.
Uma outra rapariga ruiva, mas falsa, canta me que "darling you are the only exception".
Pergunto-me se está a interrogar-me ou se me pede para o fazer a alguém. Talvez com o passado. Tento não pensar nele. Faz-me arder o meu bonito coração. E pra corações sofredores já bastam os das minhas putas, que afastadas se perguntam se a paixão sobrevive á distância.
Sobrevive.
A única coisa que morre com a distância, é o esquecimento. A recordação é infinitivamente presente, pela falta da presença.

Há muito que o sol morreu. Não lhe disse adeus. Não me trouxe nada de novo. Faço por merecer as minhas palavras.

São 19.55.
You are the only exception.

domingo, 4 de abril de 2010

Nao seria tudo diferente?

O quarto está vazio. Oiço a voz de alguém a gritar fora deste. Aumento o volume dos phones e deixo me ficar. Apetece me escrever de olhos fechados. Faço o sem pensar duas vezes e mostro vos o que provem desse devaneio. A musica é demasiado emotiva pra a deixar ser sentida de olhos abertos. Todos os erros que possam provir deste eirro serao perdoados . Certo?
Deixo de pensar. Nao o faço por muito tempo. Pneso nas voxes que oiço.. Aumento um piuco mais o volume. Nas palavras que me escrevem pelo amigo msn, no que me chamame. no que me consideram. No quanto me dizem amar com L e y gastos pelo uso desporivod de sentimento, e munido de conveniencia. Tudo se deve a algo que fiz. ou a algum erro de no julgamento do meu caracter. gosto de me pensar considerar um espirito livre. Ainda assim. Viver onde estou. Ser como sou. Conto as mentiras pelos dedosv. Ja todos mentimos. Penso nos antifos pensamentos, como estavam errados. Penso em toda a a hipocrisia. Parece me a palavra mais bonita do universo. A mais verdadeira. Penso como poderia eu desaparecer do foco do mundo. Sair daqui. Ir para oiutro lugar. Ter dinheiro, ter outr a vida, ser conhecida orr ser pura, por ser timida por ser algo que nao sou. Digam em, nao seria entao tudo diferente? Mas seria eu feliz... estaira eu onde estou agr?Nao sei se sei viver na ignorancia do que o mundo tem ra me oferecer, nao sei se sera sequer melhor do que sentir a falta de saber. Nao saber sequer da sua existencia e de como poder alcança la sequer. Alcanço a como poso. Todos os dias o faço. Tneto sempre mais e melhor. Chego sempre ao meu lughar comum. As melhores coisas da vida sao gratuitas. que cliche. Analisemos. Serao mesmo? Nao hvera um preço a pagar? Quqler que seja este? Todos os momentos do passado que recordo como bons, custam me agora os pensamentos. Bons, maus, tristes ou hilariantes. Custa me tempo. Custam em cerebro. Se é que o posso considerar como tal. Custam me tem+po no pensamento. Custam me momentos de ausencia. pedaços de alma que apenas recupero como a expericnai. Serei uma louca que tenta mais e mais? Fazer melhor? SER conheceida por nao ter ou auto impor limites? Se os impusesse nao seria entao tudo difernete? Nao- Nunca nada é positivo sem um revés, ressudando algum pedaço do que somos. Seria eu entao quem sou? Sera que existe a necessidade do positivismo para me apaixonar por algo? Nao. Muito sinceramente nao acho o positivo pessoalmente interessante. Interesso me antes peloo feio, pelo mau, pelo indencente, pelo pecador. nAO SERAO ENTAO ESTES OS MOMENTOS MARCANTES DA VIDA? dEIXO ME INVADOR POR ELES. cADA capitulo de mim é uma nova invasao. ( interpretem da forma cque considerem mais aprzivel)
Ja deixei de contar os boatos. Ja me doia a barriga de tanto rir.

Abro ols olhos.
A musica acabou.
Foi tudo um sonho. Mas partilhado.
O mundo volta ao seu lugar comum.
Deixo me ficar.

É 01:24.
Claps and roses.

terça-feira, 30 de março de 2010

Resto eu




Olhava pra ti. Espelhavas me. Pregava me ás bermas de madeira para fugir ao centro, onde me mostravas quem era. Estaria eu desfigurada? Se sim, porque continuariam então todos a olharem me na rua como uma boneca, ligeiramente danificada, de pernas maiores que o universo, de altivez e de uma singularidade ainda desigual? Porque me olhariam? Deixava de perceber. Verificava os dentes mil vezes em busca de pedaços de espinafres. Verificava o cabelo em busca de pastilha elástica. A sola dos sapatos em busca de merda. O rabo em busca de alguma substância pegajosa. Nada. Restava eu no meio de tudo o que poderia ser. Diziam-me os amigos "Olha pra aquele homem a olhar bué!" . A Renata responde lhes com "foda se"s continuos . Recusa se a acreditar. É tão melhor sermos nós a seleccionarmos o churrasco do dia. E não sermos uma peça de buffet, pronta a ser trincada por um qualquer parolo que pensar que sabe amar. Amor todos temos. Os cientistas chamam lhe adrenalina. Eu chamo lhe manipulação alheia.
Chamemos lhe então paixão desmedida. Chamemos-lhe concretização das fantasias. Sejamos concretos. Chamemos lhe flirt. Chamemos lhe sexo. Chamemos lhe honestidade. E depois paremos de dar nomes aos actos, e actuemos.
O palco está com certeza livre.
Estão todos de férias. Acendam as luzes. Num dueto, sem amor, sem camas ou confortabilidades, eu consigo brilhar.
Brilho apenas no palco. A luz da régie assim mo obriga. Deixo de brilhar na rua, no sistema. Nao mais existe a força para perceber a necessidade de acreditar no convencional. Sei bem o que sou. Apenas no palco me posso mostrar.

São 2:24.
A casa está vazia. Resto eu.

sexta-feira, 26 de março de 2010

An then, there was a broken doll.


Estou exausta.
Cansada, fatigada, esgotada e vazia. E no entanto, dizem-me existir ainda uma força que eu desconheço mas que cabra como sempre, insiste em transparecer e tornar-me mais do que tenho. Mais do que sou, mais do que consigo ser. A cabeça no palco baixa-se involuntariamente, e ouve-se o cansaço sair pela boca, ofegante. Pinto os traços de uma boneca partida no rosto, e dizem-me não se ver do público. Penso. Porque se veriam então as lágrimas ? Se pareço forte, tornei me forte sozinha.
Não me falem de exemplos, de modelos, de figuras parentais como os lindos black and white movies nos querem fazer parecer que tudo funciona. Aprendi sozinha. Não confiar. Exigir de mim. Cagar na humanidade e aproveitar-me dela para todos os caprichos. Serei então uma máquina, feita, criada para continuar? Não me interpretem mal. Quando escrevo sou eu. Quando no escuro da minha cama, desacompanhada, abro os olhos e oiço os sons do meu precioso mp3 mais altos que os berros e as criticas que vêm da sala de estar, sou eu. Quando me faço ver com os outros, quando sorrio, quando existo fora de casa, sou outra pessoa. Sou a pessoa sempre enérgica, sou a fonte de juventude, aquela a quem todos podem criticar, mas que no fundo pensam, "Como é que eu poderia ter uma ponta de coragem e espontaneidade dela?". Não há segredos. É esse o segredo. Quando apetece, tem de ser feito. Tem de ser feito. Não há citação, teoria, ideologia que trave o desejo. E se houver, deixam-na em casa. É aí que devem , SEMPRE, residir as lágrimas. É aí que descobrimos, após um espectáculo de dança, que a pessoa mais importante da tua vida, foi atropelada. É aí que choras e perguntas Porquê? E repetes até que alguém te ligue e digas que está tudo bem. É aí que és verdadeira. E não permites que o espelho te veja de cara molhada, de traços de boneca borrados, para que o reflexo não se vicie na dor. Para ele és e sempre serás, a boneca partida (de costas, coração e esperança ) que sabe levantar o queixo e sorrir mais alto que os outros. E que te encosta contra uma parede e sem qualquer medo te chama dela, se assim lhe apetecer.
Os sentimentos bonitos e profundos já cheiraram menos a hipocrisia.
Hoje tresandam e fazem me recuar.
De todos os meus pecados, não vivo com a inveja.
I can't get no satisfaction.


Um beijo nos que merecem.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Vodkaholic



A mesa estava presa ao chão pela gravidade e o corpo preso á cadeira pela preguiça. Temos neste momento a constatação efectiva do espaço em que nos encontramos. Á sua frente, um pequeno copo. Pequeno demais para matar, mas suficiente para o veneno que chamava de seu segundo sangue. E com o ele correndo pelas veias, tinha vivido mais que todos. Seria então considerado uma parte de si? Vivera consigo. Morrera também consigo. Seria por isso a sua essência. Gostava de pensar que sim. Seria uma existência ardente, que poucos apreciam como deve ser apreciada, que todos dizem ser fantástica mas que na realidade poucos souberam satisfazer segundo os padrões normais a que está habituada, exótica, servida em espaços pequenos, usufruida em grande quantidade, em grande qualidade, todos querem saber como e poucos sabem o porquê. É única e é transparente. Não guarda truques ou segredos. Acha-os desnecessários e no entanto todos acham haver um segredo para ser como é. Que foi forjada no meio de intrigas e muita merda junta, tentanto em conjunto criar algo de perfeito. Dois negativos criariam assim um positivo poderoso. E um milhão de negativos quantos positivos faria? Um. Puro. Simples. Shot. Vodka.
Nada mais.


A presunção leva á excentricidade.
A excentricidade leva á genialidade.

É 1:54.
22 by Lily Allen.

segunda-feira, 22 de março de 2010

2 metros quadrados. 2 corpos.

Não era o espaço que era pequeno. Eram os nossos corpos que tinha aderido um ao outro como um iman, ou tinham aumentado de volume e tocavam se sem querer. Ou era apenas desejo.
Era apenas desejo. Deixemo-nos de teorias, Deixemo nos de celibatarismos hipócritas, nem tu sabes o que isso significa nem eu o consigo executar. Já não falo de amor. Amor? Não me faças rir, que me dói a barriga dos ensaios. Falo de possessão , falo de ti e falo de mim. Falo de partilhar coincidências ridiculas que apenas assim consigo apreciar. Connosco.
Já me cheira a lamechiche. Deixemo nos de merdas. Não desistir. É um lema,trá lo contigo da próxima vez que cá vieres.
Deixa o colarinho á porta. Não te quero com as marcas do baton das outras poucas, e o cheiro de muitas tantas. Sem maiores problemas. É simples. Nao te conto o meu passado, nao me mostres o teu.

"You're looking tasty" ja dizia a senhora da canção.
Ate amanha

Sáo 23:50, vou comer chocapic.

quarta-feira, 17 de março de 2010

A true romantic.

segunda-feira, 8 de março de 2010

5 texts later

Cause when the roof cave in and the truth came out I just didn't know what to do .
So I stop talking, I started thinking, and I laugh.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Soul eater

Hoje uma rapariga loura cantava em tom de cover "I hope that I can use somebody". Mas gemia de tristeza como se realmente nao quisesse usar ninguém. Como se fosse a voz dela que lhe gritasse que era assim que a sua origem e essência e que era errado negar as raízes. Como se a alternativa fosse a banalidade. Ontem a minha mãe lavou a almofada da minha cama e hoje cheira a lavado. A novo. A cantava-me aos ouvidos,ás escuras e eu cheirava a almofada. E com muita força tentava sentir as extremidades do meu corpo. Mas a vontade contrariava o designio. E este estava escrito nas expressoes dos outros. Acendi a luz pequenina e no meu caderno espantei o medo da canção. A coincidencia. ------ Agora que oiço melhor ela diz "You know that I can use somebody" . _____ As contrariedades sublinham as suspeitas. Ja nao tenho beijos de fins de paginas. Esgotaram se com a seca de desejo proprio.( Deixo-vos uma preta a cantar no soundtrack. )

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

It's all so quiet

Peçam me silêncio.
A sério , só um vislumbre de silêncio.
Para que o barulho se cale de uma vez.
Para que a alucinação desalucine, por favor.
Para que o medo se afaste, sem ardor.
E para que possa tudo ficar bem.
Peçam me silêncio,
Um pouco de silêncio por favor.
Que já estou farta do amor, e já estou farta do desamor
E farta estou do "ouvir dizer", e do "querer",
E ainda mais farta do não querer.
Peçam-me silêncio,
Só desta vez, sem alarmar.
Para que os alarmes do compreender,
Se misturem por entre os desejos de ser
E sejamos todos,
E sejamos todos simultaneamente.
E não tenhamos de ser, simplesmente por não saber ser outros,
Separadamente.
Peçam me silêncio,
E desta vez a imobilidade,
Peçam-me talvez também a verdade.
E vos direi que não nasci para me calar.


Mas para dominar.

I never loved nobody fully

Nunca amei completamente
Nunca amei sequer (sem ser amada)
E mesmo que amasse um nunca completo amar
Nunca amaria um nunca,
Nem pensar!
E se me perguntassem o porquê de rejeitar
Um nunca amar não pensado
Responderia ser de mim
A minha vida e meu fardo
Meu principio, minha cruz
E de uma cruz de nunca pensar
Principiei o fardo de amar
Uma certeza que sabia sem fim
O pequeno nulo de amar
Que tinha em mim.
Perguntei então a esse mim
Como amaria um fim
(respondi-lhe em tom de pergunta não sentida )
Ter de criar um novo ser,
Uma nova vida.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Olivia

E também o tecto era branco

Acordei relaxada. A cama já não era a cama e a boca já não mostrava os lábios. Havia uma estranha sensação de tranquilidade que lhe pesava na consciência. Feria-lhe o princípio e feria-lhe a vontade. À sua volta o branco assemelhava-se a um negro imposto pela escuridão e a parede do quarto era-lhe a mais próxima. Parecia uma estranha companheira do fim. Uma anunciante prévia do suficiente. Tudo o que ultrapassa o suficiente na alma, doía-lhe. Sentia-lhe o quente nas costas. Aquecia-lhe a pele nua contra a sua e ele fazia-lhe o mesmo por amabilidade. Era tão quente. Uma estranha sensação de conforto. Estagnante. Chorava sossegada por estar feliz. Chorava levemente para não denunciar uma tristeza mentirosa. As lágrimas escorriam-lhe na face. Apanhava-as com a mão para que não molhassem uns lençóis incriminatórios e limpava a mão húmida na parede. Ouvia-o sonhar.
Era bom ouvi-lo dizer o seu nome. Olivia.
Mas já não se reconhecia na identidade. O corpo não era seu. A substância era própria mas demasiado diferente para ser identificada. As lágrimas frias arrefeciam lhe o corpo e sentia a pele tornar se sensível e espasmódica. Ele sentiu-lhe o espasmo e beijou-lhe o pescoço por detrás. Com um beiço de tristeza, fez um esgar maior da negativa culpa imediatamente correspondente do beijo e sentiu-se amada.
Mas a culpa corroía-lhe nos ossos. O quente do corpo que desejava. A tranquilidade da noite. O conforto da paixão e a sensação de imensidão.
E perante o frio do ar, o arrepio do chão, a desordem da manhã, o desconforto da individualidade e a humilhação do real, levantou-se e saiu do quarto.
Eram sete e quarenta e cinco. Um sofá de outros tempos, numa entrada de tempos modernos, chamava-a a sentar-se e a perceber a inconformidade. Sentia a dormência nas pontas frias dos pés. As lágrimas caiam agora no soalho de madeira, manchando-o. Tentou escrever o seu nome, alterando a trajectória das lágrimas, mas era difícil desenhar. Pela primeira vez na sua vida. Na entrada, um relógio ostentava uma gloriosa talha dourada que troçava do tempo, com a sua magnanimidade. Olhou para ele. Sentada, o mundo parecia mais alto. Como se apenas crescesse quando ela se curvava num sofá de outros tempos. O ponteiro dos segundos alcançou o número doze. Esperara por esse momento à outros quinze. Lentamente, pegou numa inabalável almofada e pousou a cabeça de frente para ela, como se a abraçasse. Em troca, esta prometeu-lhe não contar os seus segredos. Erecta, sentiu o corpo curvar deixando o seu tronco paralelo ao chão. E chorou. Abafada pelo silêncio da promessa do objecto, chorou pela identidade. Chorou novamente, berrou silenciosamente e a almofada apertava-lhe os sentimentos contra os seus e chorava com ela. Também ela estava molhada, também ela chorava. Queria vomitar a essência. Não sentia os músculos do corpo, não sentia a vontade – a de continuar. Queria desistir de viver. Durante cinquenta segundos. Aos sessenta, pousou a almofada no sofá de outros tempos, ajeitou-a para que ficasse bem enquadrada com a visão geral do passado e sorriu para o trabalho bem feito.
Levantou-se, enxugou as lágrimas que a almofada dera, da sua cara e saiu da estranha casa. Chamavam-lhe hipócrita. Olívia chamava-lhe o restolho de tudo.
Na rua estava um frio de outras eras. Desapertou o casaco. Achava-o confortante. Seu.



(Para o saciar do curioso traseunte, fica apenas um anúncio. Esta é a Olivia. Nunca nada foi tão importante de escrever para a mim como a minha Olivia. )

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

A thousand words




Ainda se consegue criar algo de puro , sem qualquer tipo de pecado ou conceito rotulado pela sociedade como incorrecto? As curtas metragens. Permitam-me que vos apresente, Ted Chung, criador de duas das mais puras e valerosas curtas. Aqui fica a melhor.
Junta-se -lhe uma manta e uma garrafa. E já que vais ao bar, traz me a redenção terrestre dos meus pecados divinais.

Are you HAPPY?

So... Are you?

sábado, 9 de janeiro de 2010

Mission of survival.

Dedico me apenas aos actos, aos pecados e aos textos.
O gato comeu-me a língua. Ups.