quinta-feira, 3 de junho de 2010

The Famous Grouse result






Sou o produto das minhas influências.
Se descobri a pólvora ou não deixo o público decidir, mas não obstante a tudo o que consideramos dito e feito, sou um produto construído. Sou o desejo de muitos, numa primeira instância num sentido anti-luxuriante e numa última neste mesmo. Sem qualquer tipo de contradições. Sou o produto de decisões. Sou o produto de um espermatozóide, um óvulo e whisky. The Famous Grouse, diz me o bar da sala. Respeitemos as preferências das figuras paternais. Nasci por um desejo comum, fui influenciada até atingir os maiores extremos que podemos exigir de um ser humano. Perdi, perdi-me e fui perdida. Deixei-me achar, para fugir mais uma vez.
Aos próximos amigos, peço-vos que não se riam pelas evidências. É o que faço de melhor. Sei fugir. Sei armar-me em arrogante e fugir do mundo. Quando não gosto dele, quando não o acho bonito. Só porque por vezes cheira mal. É o que a merda incrustada faz. Culpo a ingenuidade dos dezoito anos de vida. Considero-os os mais ingénuos. Oiço as palavras, leio as palavras e sinto as palavras de outros com essa mesma idade. Apetece me rir até não mais poder e pedir-lhes calma e paciência. Sei que não a têm. Os dezoito anos não permitem esperas, fazem se de caprichos, foram determinados numa qualquer constituição da adolescência que assim teriam de ser, abaixo da regra de ouro: " Deverás pensar que cada noite da tua vida, é a ultima." Permitam me blasfemar contra os vossos princípios. Não é. Não é a última, não é a penúltima, não é a antepenúltima. Não é nada. O liceu é a ilusão dos tempos, que vos permite ver num jaula de vidro duplo, o mundo cá fora e julgar que são todos conformados por escolha própria. Eles chamam-lhe lei da sobrevivência, ganha apenas o mais forte, o mais astuto. Eu encontro me no meio. Já perdi e fui perdida. E o que perdi foi mais importante. O mais determinante. Perdi o reflexo. Por banalidades de uma vida intrusa nas escolhas humanas, perdi a irmandade, perdi a continuidade. Deixaram-me o espectro que também me abandonou. Pelas decisões inconscientes da vida. Sempre me criticaram por assim ser. Demasiado inconstante. Demasiado impulsiva. Regendo me pelos impulsos, e nao pelos concelhos ou pelas regras. Não há mal nenhum em seguir algumas regras. Mas tornei me apática á lei dos homens. É demasiado perfeita para mim. Peco por maldade. Peco por descargue de mim mesma. Escrevo pelas mesmas razões. A escrita e o pecado vêm agregados na minha existência. E a dança. Mas essa é apenas a banda sonora. Farta de ter um nome conhecido, mas uma existência insondável.
Sou o produto das minhas influências. Quem me conhece, fez de mim o que sou. Os outros 50 por cento, foi o coma.
Uma vodka, um Camel e Glee em finais de tarde.

Apenas sorrio á genuidade e á estupidez.
O passado e o futuro, nao existem..