quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Alexitimia

Fui diagnosticada, tratada, medicada, abraçada e curada.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

O maior dos jeitos


Dava-me jeito que existissem mais de ti. Dava-me o maior dos jeitos, entre todos os jeitos que alguma vez se insinuarão na conveniencia, que existissem mais igual a ti. Existencias que por darem jeito, teriam motivos para subsistir apesar de todas as inconveniencias. Existencias que já se tivessem apercebido mais cedo do jeito que dão, pelas demasiadas e variadas peripécias em que a vida se insinua. Existencias que há mais de cinco anos, mostrassem o jeito, o jeitaço, o jeitão e ás vezes um pequeno jeitinho que dão. Que percebessem, que mais ninguém percebe, porque mais ninguém sabe. Porque dizem que não, porque desistem na última, porque nao têm o espirito que a vida lhes oferece. Que entendem que a vida não são só os "sim"s mas a percepção de que nem tudo parece o que é, porque o tudo já foi. Que chegassem ainda ao ponto de compreender que a vida simplesmente a alguns, sorriu com mais intensidade que a outros, e por isso mesmo, o rótulo do que menos sabe, é um rótulo inconsciente e por isso, INVÁLIDO. Que simplesmente, se deixassem conhecer sem a ideia de "vividez" que não existe. Que gostassem, que rissem, que se mostrassem sem pensar na consequencia. E alcançassem a simples verdade, de que tudo que nao transpareça genuinidade, vai apenas soar a falso e a ridiculo, de quem já viu toda a consequencia proveniente do humano.
Que fossem e sejam, o presente, o descontrolo e a verdade.
E que deixassem ser, quem mais sabe, sem querer.

Dás-me jeito,
"Amo te por saber que me amas. E amo saber que não dizes amo-te.
Mas o demonstras. O sentes. O escreves. E o vives. Sempre para além das palavras."

domingo, 4 de dezembro de 2011

"Em que estás a pensar?"

E pensavas tu que eu fosse mais que isto.
E sonhavas, e pedias e clamavas á entidade que preferisses na altura, que eu fosse mais que isto.
Para que em todos os lugares, perante todos os ambientes, sob qualquer obstáculo, eu fosse um pouco mais que isto.
Para que em todas as caras, em cada sorriso e em cada sinal de desconfiança, eu fosse, ao menos, um pouco mais que isto.
Quando na verdade, sou mais que tudo. Quando na verdade nem o tudo me chega, porque um tudo que foi feito para os outros nao me chega a mim.
E nao que o tudo fosse mau de todo, mas desadequado para alguém que nao percebe e segue convençoes. Evidentemente. Que vive, por coincidencia, no mesmo tempo e espaço que o resto. Mas é tudo o que compartilha com o restolho. Nao sobrevive, nao come e bebe, nao faz amor, nao inveja, nao partilha e nao descansa. O que faz é respirar fundo. Bem fundo. Saboreia e embebeda-se. O sexo é contínuo e sem pudores, porque a vida com taboos nao vale a pena. Alcança o desejo com a atitude. E divide se por todas as existencias carinhosas que mais querem e precisam. E ouve dubstep. E a quem o whisky já nao sorri como antes. São 17h30m. O quente saboreia-se e agradece-se. Quem é convidado, já o foi.
Beijo no coração.

domingo, 16 de outubro de 2011

no comment


sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Desculpabilizadamente gaja

E fosses então definida á nascença.
Por nasceres mulher.
Por nasceres do teu corpo.
O que inata e desculpabilizadamente te pertence.
E fosses então definida por tudo o que constituis nesse teu corpo.
E crescesses e te tornasses mais mulher e por isso tivesses de viver com mais definições pré destinadas.
E de que nada servisse o facto de seres uma e apenas uma.
E não uma raça, um sexo.
E se antes te definisses como uma essência deambulante no espaço.
E que não pensassem da tua existência essencializante que a mais curta aproximaçao do sexo oposto significa implicitamente uma foda.
Desmesurada.
E fossem apenas próximos e invariavelmente de sexos opostos.
E pudesses fazer entender o mundo que o sexo não é um acto emocional, mas físico e que é controlado e medido.
E pudesses também dar a entender a todos e todas que nem todas as ligações entre sexos necessitam dessa carga negativa.
E fosse essa pressão despressurizada por estas definições inatas.
E fosses livre de beber, rir, apreciar, coçar, criar e viver junto de um elemento do teu sexo oposto.
Deixemo - nos de merdas.
E pudesse uma mulher ser mulher.
E não uma mulher com definiçoes.
E não uma mulher rotulada.
E não uma mulher estereotipada.
Ainda que essas tais existam.
E não generalizássemos a raça feminina.
E se percebessemos outras noções do humano.
E pudesse também eu ser . Simplesmente ser.

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

"o corpo tem mais cotovelos"

porque um corpo não tem de ser apenas um corpo.
um corpo pode sentir a necessidade de ser apenas mais que um.
pode sentir a realidade a chamar-lhe para a falta de atenção humana.
para a inevitável carência.
e sentir que é mais que crucial e até em caso contrário fatal, a união com um outro.
seja como um corpo nacional , um conjunto de corpos unidos numa causa.
ou um acto sexual em que dois se fundem, perdendo-se a necessidade de um inicio ou de um fim de um e outro corpo.
ou um abraço.
tem assim também um corpo mais do que dois cotovelos.
porque nós sabemos o que significa um cotovelo.
a parte áspera e feia do corpo.
nao apenas dois.
percepcionemos por favor que ninguém tem apenas duas partes ásperas e feias no corpo e no espírito.
irremediavelmente são mais.
para que a perfeição não arruíne a fantasia e a beleza do constante crescimento humano.
existem mais que duas partes feias e ásperas.
felizmente existem mais que duas partes feias e ásperas.
não sejam então elas só por favor, o único acto essencial de ser bonito e cristalino.
o acto de ser.
e o acto de ser desmedidamente verdadeiro.

é só.
um adormecer á hora do almoço. e um beijo.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Axioma inalterável

Honestamente, modestamente, ridiculamente, verdadeiramente
Honesta, modesta, ridicula e verdadeira,
Flutuante, libertante, essencializante, alegrante
Flutuo, liberta, essência alegre
E existo por saber que a verdade circula
E nao existe em cantos e esquinas,
Mas como num circulo, insiste em percorrer todos os pequenos milimetros de mim.
E apesar de nao absorver, transmite e espalha verdade.
E apesar de nao entranhar, faz de si uma palestra e profetiza aos que rodeiam o lema que faz o sentido ser.
A paz de uma verdade simples e a partilha desta mesma.
E eis que a absorçao desse poder, verdadeiro, ridiculo, modesto e honesto, faz de mim celestial, por um simples e dom banal, de não absorver falsidade, ainda que dúvida reste ou desconfiança alheia, simplesmente sou eu e verdadeira. Ainda que cruel, ainda que de fel, apenas por não amar, apenas por de todos gostar, e não saber odiar, mas simplesmente não gostar de me rodear, de quem mente por nao saber ser.
E a quem mente á essencia que alheio nao saberia, que outrora um dia, tambem essa tal essencia foi vil e mentirosa. E agora fora do mundo do feio, percepciona rapidamente. E assegura claramente quem de honestas, modestas, ridiculas, verdadeiras, flutuantes, libertantes, essencializantes e alegrantes vitórias, faz de si . E faz se ser.
Por nao saber, como eu viver, fora de ser assim.

Um beijo, ainda que ruim.
E um amanhecer ao adormecer.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

sentence

Como podemos ser livres, independentes e felizes sem abandonar ou magoar as correntes?

sábado, 2 de julho de 2011

prescrição médica absoluta

Grita então por ti, e só por ti.
E levanta te como eles se levantam nos filmes.
E chora como eles tentam chorar no palco.
Mas nao podem. Por nao serem reais. Mas sombras do espectaculo.
E cai e aleija te, e levanta te outra vez como nos filmes.
Mas cai sempre, e aleija te sempre, como nas guerras.
Como nos tumultos em que as feridas apenas aleijam aqueles que as provocam. Mas nao o sabem.
E grita novamente, mas so para penar o sangue que corre.
E pela cidade ouvirás gritos, e ouvirás tombos e lágrimas.
Pelo mundo apenas ouviremos gritos.
E lágrimas em tom de eterno terramoto.
Como nas guerras.
Onde as intençoes sao sinceras, pois sao crueis.
Levanta te no palco, chora por ti e grita como nos filmes.
Mas vive acompanhado. E sobrevive sozinho.
E grita o teu nome alto, como um mantra incrustado, sem chorar e sem cair. Sem a percepçao que afinal, és tudo. E o tudo pesa mais que o nada. Pois o tudo, recua te para o vazio. E o nada, mostra te a imensidão inexplorada.
Cai agora.
Aleija te.
Eu estou aqui.


terça-feira, 24 de maio de 2011

viciado

E se o vicio nao fosse apenas nocivo
Mas fosse a causa inevitavel do progressivo.
Aquele perdido amigo desdenhoso.
Que re-excessivo, e excessivamente.
Desdenha de um nao seu amar.
Mas que cumpre e torna o ciclo ocioso.
E consciente de que é ciclo.
Perde a noçao de poder parar.
E vive triste e vive sozinho.
Na estupidez inocencia da negaçao fatigante.
E delirante.
Que estupido faz o jovem, ao acreditar.
Que alguma vez, poderá sequer amar continuamente.
Em vez de ser mais um caso relativo.
E repetido. De um crime social.
Por de tão ser colectivo.
Que na banalidade, se torna usual.
E se o vicio desse poesia?
Comigo é prosa repetida e renascida.
De uma ortografia outrora indolor e vã
Que me diz que se alguma vez o vicio desse poesia
Fariamos amor ate de manha.


domingo, 24 de abril de 2011

Monopatia

Monotonia e apatia sao 2 palavras iguais.
Nao significam o mesmo, mas sao iguais.
Uma leva á outra.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

A minha ruiva gordinha que cheira a canela

"
Throw your soul through every open door "
Mas mete lhe uma trela .

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

3 C's and 3 R's.

Se existia momento para se ser incrivelmente sincero, seria este mesmo. O presente. Indicativo. Indicando a necessidade da pura sinceridade humana. Mas essa é esquiva e nem sempre bonita. E ao desumano traseunte, a beleza importa mais que a necessidade. E por isso mesmo, a facilidade em ser receber um sorriso, em se olhar para uma criança bonita e arranjada, a agradabilidade em se perceber que temos um prato cheio de comida. E por isso mesmo, a repulsa em ver alguém chorar, em reparar para uma criança faminta e suja, a dificuldade na presença da fome. É essa a razão da popularidade cinematográfica dos finais felizes, ao invés dos documentários. A verdade choca. A verdade mata. Mas a verdade cura. Simplesmente, é menos vagarosa, corrói de uma vez o corpo, enquanto que a mentira humana, se alastra, se propaga, se torna invencível contra o bom e o puro. Mas com bondade e pureza, fazemos pães de ló e assamos marshmallows, nao criamos realidades concretas. A verdade, lamento informar o mundo moderno, é que a felicidade absoluta nao existe. Felicidade e perfeiçao sao conceitos sinóminos, agregados ao limite. "A perfeição nao existe." Nao pretendo discutir o cliché. Mas se esta nao existe, pela sua união, tambem a felicidade é um mito. O que temos é o despertar para a sensaçoes. Sejam estas mais ou menos agradáveis ao olho humano. Ao olho cruel humano. O álcool, o whisky (meu velho), o ilegal, o impuro, o pecaminoso. O sexo invés do amor, o grelhado e o cozido trocado pelo doce e pelo salgado, o fétido e o fedorento substituem-nos o primaveril e o floral, bonito e arranjado pelo chocante e fatal, o suave e macio, pelo áspero e brutal e até suicida e momentâneo são favorecidos ao comum e usual. O quotidiano está a ser construido para as mentalidades frescas e precoces que preferem o imediato ao tempo. E se deixam adiar para amanhã. E para depois de amanhã. E para o próximo fim de semana. Que ao sábado, sabe sempre melhor começar. A morrer mais lentamente. Com a verdade induzida, pela palavra proibida, de que a fatalidade da vida, nao é assim tão fatal. É simplesmente banal. E nao vai acabar. So vai recomeçar, mais uma vez. E mais uma e outra e mais outra ainda. E vamos reconhecer os erros dos outros. Os erros dos novos. Os erros dos mais novos, e alertá-los para a sua continuidade. E estes, cegos pelo falso amor, pelo falso instantaneo, pelo falso fim, acharão que o mundo acaba amanhã. Quando na verdade, o mundo ja nao sabe acabar. O mundo aderiu a esta "verdade inconveniente" e aprendeu a reciclar. E a reutilizar-se , uma e mais uma e outra ainda com cada ser que caí na terra, por obra divina de deus. Que é sem dúvida o maior player de sempre, porque é pai de toda a gente, e nunca ninguem o viu. Ou todos o amamos, (ao que me constou).

Cardhu , camel and control.
Paz, partilha e muita mentira.

Beijos quadrados,
Randomly Random Rê