quinta-feira, 31 de maio de 2012

Cage of feathers

A concretização é uma ambição perigosa.
Ainda mais como sonho
Devastante como orgulhosa,
Realidade quotidiana
Eterna verdade mundana,
Para os ricos e incontestáveis
Felizes e maravilhados
Amados e apaixonados
Pela incessante continuidade.
Engana sim, percepciona e entende-se
Como leviana
Mas séria e decente; firme e concreta
De natureza correta.
Fazendo a noção de impossível perecer.
Torna a realidade inexpectável.
Inexorável
Imutável.
Perante a incondicional presença
De um fim destinado
E concretizado.
Não que seja de todo desesperado
Mas torna os espíritos flutuantes
( Digamos risos, essências e tornados)
Eternamente condenados,
Á monotonia de um ser efetivado
Por não mais pairar sem condição.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Círculo da nicotina


Deixa-me explicar-te o meu dia.
Misturou se com a noite e por isso nao o vou intitular de independente. E de si mesmo.
Iniciou-se com um cigarro. Um bizarro e único cigarro, que persistia perante o vazio de uma caixa outrora rica em nicoticas nocturnas. Estranho, e importante será realçar, que cigarros de manhã, são apenas para dias directos das noites. Em casa de umas e outros, para curar certas e únicas necessidades de controlo e luxúrias várias. Mas este meu era diferente.
Há cigarros que não se extinguem. Permanecem na incerteza de serem ou não fumados, ou simplesmente esquecidos a meio de conversas. O meu não se extinguia perante a continuidade de uma melodia. Uma perfeita e deliciosa melodia. Chamada Primavera, de uma banda que se oferecia a si mesma ao público.  E então tudo começou. Bonito. Numa casa com vista para os pilares vermelhos gigantes, de onde se cheirava a própria estação da melodia de longe.
A miga dormia, e eu sorria sem saber.

Soube mais tarde.
Era a calmaria.