terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Soul eater

Hoje uma rapariga loura cantava em tom de cover "I hope that I can use somebody". Mas gemia de tristeza como se realmente nao quisesse usar ninguém. Como se fosse a voz dela que lhe gritasse que era assim que a sua origem e essência e que era errado negar as raízes. Como se a alternativa fosse a banalidade. Ontem a minha mãe lavou a almofada da minha cama e hoje cheira a lavado. A novo. A cantava-me aos ouvidos,ás escuras e eu cheirava a almofada. E com muita força tentava sentir as extremidades do meu corpo. Mas a vontade contrariava o designio. E este estava escrito nas expressoes dos outros. Acendi a luz pequenina e no meu caderno espantei o medo da canção. A coincidencia. ------ Agora que oiço melhor ela diz "You know that I can use somebody" . _____ As contrariedades sublinham as suspeitas. Ja nao tenho beijos de fins de paginas. Esgotaram se com a seca de desejo proprio.( Deixo-vos uma preta a cantar no soundtrack. )

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

It's all so quiet

Peçam me silêncio.
A sério , só um vislumbre de silêncio.
Para que o barulho se cale de uma vez.
Para que a alucinação desalucine, por favor.
Para que o medo se afaste, sem ardor.
E para que possa tudo ficar bem.
Peçam me silêncio,
Um pouco de silêncio por favor.
Que já estou farta do amor, e já estou farta do desamor
E farta estou do "ouvir dizer", e do "querer",
E ainda mais farta do não querer.
Peçam-me silêncio,
Só desta vez, sem alarmar.
Para que os alarmes do compreender,
Se misturem por entre os desejos de ser
E sejamos todos,
E sejamos todos simultaneamente.
E não tenhamos de ser, simplesmente por não saber ser outros,
Separadamente.
Peçam me silêncio,
E desta vez a imobilidade,
Peçam-me talvez também a verdade.
E vos direi que não nasci para me calar.


Mas para dominar.

I never loved nobody fully

Nunca amei completamente
Nunca amei sequer (sem ser amada)
E mesmo que amasse um nunca completo amar
Nunca amaria um nunca,
Nem pensar!
E se me perguntassem o porquê de rejeitar
Um nunca amar não pensado
Responderia ser de mim
A minha vida e meu fardo
Meu principio, minha cruz
E de uma cruz de nunca pensar
Principiei o fardo de amar
Uma certeza que sabia sem fim
O pequeno nulo de amar
Que tinha em mim.
Perguntei então a esse mim
Como amaria um fim
(respondi-lhe em tom de pergunta não sentida )
Ter de criar um novo ser,
Uma nova vida.