segunda-feira, 2 de novembro de 2015

Este ano

Lembro me de reflectir sobre a concretização e pensar que me sabia a vazio. A merda. A ar a flutuar na minha boca deixando-me um sabor a amargo.  Como se tivesse , até nessa altura, a noção presente de que não era uma concretização. Agora é diferente...

A forma, o movimento, a resistência, o corpo, o sorriso, ... o alcançar de um plano alimentar desejado, uma vida sexual de invejar encontros de amigas, fantásticos eventos com as amigas gloriosas, momentos dramáticos de tão loucos na companhia dos amigos, a calmaria da nova residência, um ganha pão que me enche o dia de gargalhadas, colegas facilmente comparáveis a verdadeiros amigos, um diário e imensos sonhos. O dinheiro menor, gasto em viagens constantes -  em pequenos "getaways" que me enchem o peito. O futuro profissional aguardando, sem pressas. A família feliz e a mãe o bem mais precioso. Estou feliz. Tão feliz. 2015, o ano em que alguma força divina me olhou para o castelo de cartas, soprou violentamente e disse "pelo amor de Deus Renata, que merda é esta? Tu consegues muito melhor."
E estou a conseguir.

Isto é a felicidade.  O sorriso estampado e o constante desejo de mais. Sem nunca pensar em estar concretizada.

quinta-feira, 11 de junho de 2015

From Eden, it's ok.

Se a noite fosse construída de sonhos, os meus seriam construídos de mais noites. A funcionalidade surge pura e exclusivamente da calmaria, da noção de que o silêncio interior, produz, acima de tudo, a constante divergência ao racional que o perturba e destrói, acusando a normalidade de já não ser uma realidade credível e desejável.
Pena. A normalidade nunca atrai a quem mais a deseja, seja pelos bons motivos do costume ou simplesmente por novos motivos que a vida lança como desafios escandalosos e ultrajantemente, inconcretizáveis.
A minha realidade, é puramente também credível e desejável pelos olhos de quem espia atentamente, a pobre, solitária, orgulhosa e respeitável, cara cujas feições se tornam todos os dias mais maduros e todos os dias mais constantemente reconhecidos. Por momentos, paralisados pelos sentimentos obscuros da paisagem romântica, de roçares delicados em almofadas reconfortantemente, capazes de capar a consciência e a estrada.
E quem retira a estrada a uma essência constantemente deambulante, no paraíso constantemente também construído, merece ser esquecido. Mas na verdade, haja a constatação de que para o atento e respeitável espectador desta estrada, pensará ele ser de ele próprio – e somente dele próprio – a referência ilusória de culpa.
Não é.
A culpa é própria, a máscara abandonada no soalho frio e o queixo erguido com o vento do fim da noite. O que o tempo não destrói nas feições dessa cara, não venha qualquer individuo retirar. A beleza de um queixo erguido, é algo que ultrapassa qualquer produção fotográfica, paisagem verde ou recém-nascido. É leve.

O que escondido nunca foi, abertamente nunca existiu. Secretamente nunca foi sentido, mas convencido através de dias e anos de comportamentos condicionantes a tal situação. E o que é declamado, e honrado pelo orgulho e pela concretização de uma vida de trilhos, é a existência. É a verdade e a essência. Uma alcunha não é mais que isso mesmo. Mas a essência é muito mais que isso. É um príncipio, uma filosofia e uma ordem de trabalhos, até á eternidade da consciência.


Honey, you're familiar, like my mirror years ago.
É sempre um prazer,