quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

ela é que sabe de si.





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sábado, 4 de fevereiro de 2012

Frustações e comichões de uma boneca estragada


É como se o todo fosse inconsciente. E o inconsciente fosse quase tão presente como o seu oposto. E se agregassem. E me dessem uma terrivel comichão depois do sol se por. Uma comichão que necessita de unhas afiadas, e de vernizes a estalar. E no entanto me faz roer as unhas. Expliquem-me. Concretiza-se a evidência que não é uma impressão física, mas um estado alienado mental. E que se calhar sou diminuída, sou incrivelmente diminuída. Talvez o meu inconsciente se exija coçar - se para que me faça munir-me de uma verdade simples- não está tudo bem. E que se calhar as mensagens para o Miguel, são mensagens para o cérebro. E se o Miguel não recebesse um "foda-se" diário. Senão fossem estas constatações de um pavor consciente de memórias. E não fosse a puta da tentação. Nunca ouve puta tão barata. Evidente em todas as esquinas.
Deixasse eu os demónios para trás. E me deixasse chorar. "Deita cá para fora." Mas nunca deita. Tudo é retido num mar de condensação de informação, de memórias, factos e constatações de pecados passados, semi-possíveis presentes e futuros. Talvez por isso, um cigarro não chegue. Talvez por isso, o receio de afirmar a verdade. Um maço por dia. Nem sabes o mal que me fazia. E o primeiro que me faz quase desmaiar. Quase orgasmicamente. E me faz sorrir. Como se adorasse saber que sou uma essência de fim eminente. E me deliciasse. E parasse de me estragar.E me calasse de uma vez. Assistisse a mais nasceres do sol. Era-me tudo. Diziam-me, no outro dia, que não era tão bonita e tão boa no presente. Tentava relembrar-me da altura da minha vida em que me diziam isso. Já foi á tanto tempo. Uma pobre ingénua atormentada. Não era de todo a preservação do aspecto. A aparência só estraga a beleza. E a minha era-me recordada de segundo a segundo. E os demónios culpavam-me a beleza pelos seus actos. "A culpa disto tudo é de seres assim. Porque é que és assim?". Recordo-me tão bem da madrasta pergunta. Era numa forma que nunca desejei. Mas acontecia. E fabricavam o escândalo, o boato, o "ouvi dizer", o uso de uma imagem desprezada, por não querer saber. E estragou-se a boneca no palco. Uma boneca que dançava drum até ferir a carne. E chorava por não mais conseguir. Pela perseguição, pela ridícula adoração, pelos apaixonados trejeitados. E os roubos. Coitadinhas(.l.)

Coitadinhas delas.
Quando a culpa é alheia dá azo a tanta especulação. (...) - uma gargalhada - Era só mais um cigarro. Já volto.
(...)

Menos dissertação, mais condensação.
Estou me a perder. Há-que parar. Diz-me quando. Faz-me parar. Tenho saudades de chorar. De sentir . Sentimentos. Sinto-me como o génerico daquela novela em que a Fernanda Serrano passa por quarenta mãos sem reagir. Há muito tempo que não me sentia como um cabide de interesses ou emoções alheias. Simplesmente apática e estragada. E não me apetece nada mudar. Vou mudar um dia desta semana. E depois volto ao estrago dos dias. E ao ócio das noites.




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Entre outros vícios.