domingo, 26 de julho de 2009

Karma's a bitch, isn't it?


(ela sai de um quarto, ele saia de outro. Frente a frente, sem coincidencias aparentes.)


- Fazes-me um favor?
Chega mais perto.

- Assim?

- Mais um pouco.

- Está melhor?

- Ainda usas o meu perfume.
- Nao sei sequer cheirar outro odor.

- Queres que te ensine?

- Nao. Gosto apenas de te cheirar.
(Ela aproximava-se do seu ouvido com a percepção que de certeza ainda estaria quente. )

- Faz-me um favor.

- Faço-te dois.

- Deixa-me para sempre.

- Nunca te agarrei.

- Nunca me deixaste. Fizeste questão que as tuas correntes, fossem invisiveis ao olhar.

- Achas- me irresistivel?

- Acho-te igual a mim.

- Achas-nos dependentes?

- Acho- nos resistentes. Sobretudo á tentação. Mas o desejo corrói o pensamento.

- Pensas muito no que fazes?

- Penso apenas no que não consigo fazer.

- Comigo fazes o que quiseres.

- Contigo fantasio. E deixo o concreto ser um sonho. Pelo medo.

- Nunca tiveste medo de nada.

- Mas tu não és o nada. Tu és tudo. Porque és como eu.

- Sou tudo para ti?

- És tudo para ti. Tal como eu o sou para mim. Para mim és uma cama quente e o desejo saciado.

- Ja te sei de cor.

- É reciproco.

- Completamente excruciante.

- Completamente monótono.

- E no entanto...

- É tempo de parar.

- Concordo.

- Pára comigo.

- Ok diz me quando.

- Está quase.
Quase... quase.

- Espera por mim.

- Eu estou aqui.

- Apenas te amo quando és meu.

- Apenas te odeio quando não sou teu.

- Obrigada.

- Até daqui a uns meses.

- Sabes bem.

- Qualquer dia deixo de saber.

- Promessas, promessas, ...




Cada vez menos,

domingo, 19 de julho de 2009

Lição número três: A concretização imediata



Se há evidencia que ate os menos clarividentes admitem sem negar, é que a espera desnecessária é um pedido necessário de uma atençao estúpida.

Uma diferença forçada que sinceramente, me dá vomitos sequer ao pensar.


(Pequeno momento de náusea fisica )

O que as simples e sopeiras labregas de terra não sabem, é que a determinação leva as pessoas muito mais longe do que apenas palavras. E sinceramente, chega a dar pena a estranha torção das evidências que estas fazem de uma one night stand.
"Não não precisamos de saber o teu nome",
"não não quero saber do teu numero", pois como tu , há milhoes.

10 neste país mais aproximadamente.
E por isso, a necessidade de continuar os mandamentos da sinceridade fisica, com a concretização imediata dos acontecimentos.
Já se foram os tempos, em que os cavaleiros andantes esperavam na parte baixa da janela das donzelas para que estas lhes mandassem um fantástico e excitante lenço branco.

Hoje em dia, o cavaleiro vem da noite, já com uns copos a mais (que não conseguem esconder o que Deus lhe deu por boa vontade á luxuria) trepa a merda da varanda, caí na relva, começa-se a rir, grega-se todo, volta a subir e concretiza o que muitos só achariam possivel depois de um muito afamado casamento .
E , hoje em dia , até já cavaleiras as há. Mas essas chegam a desmaiar na relva e a efectuar a escalada de manhã.

Porque a vida não é feita de palavras doces, compreensivas e amorosas. A vida é feita de bardajonices, de caralhadas e palavras obscenas. As verdadeiras. Que moldam as pessoas fracas em identidades poderosas.
Porque nascemos para sermos genuínos e nascemos para sermos felizes.
Acreditem em mim,
Hoje vai ser uma boa noite.
Eu faço acontecer, e tu fazes valer a pena.

sábado, 4 de julho de 2009

While I was sitting, waiting, wishing...


(...) Quando sonho, tenho a perfeita claridade, que o eterno não existe.
Aproveito a efemeridade de cada fantasia e esforço-me por usufrui-la antes que me abandone.
Não que seja apenas nos sonhos que as verdadeiras fantasias se concretizam, mas é apenas lá que as mais desejadas são postas á prova em vez de serem cozinhadas num calmo lume brando.
Apenas por isso, gosto de sonhar.
Fechar os olhos, melhorar episódios vividos, terminar momentos que deixam a desejar ao mais saciado e acreditar realmente que passei bons momentos com este ou com aquela.
( O choque que um "a" no fim de uma palavra transmite )
Por vezes, sinto que podia ficar toda a vida apenas a sonhar. E sentir me saciada com isso. Acreditar que apenas eu posso tornar cada momento incrivelmente real, apenas com o desejo de que isso seja verdade.
E ás vezes, acordo e abro os olhos.
E no entanto, no dia seguinte volto a fechá-los.


(Vem aí o cliché)