sábado, 8 de maio de 2010

(In)Suportável

Um manual rápido e instrutivo para a compreensao da mente de renata alves.

Nao suporto ideias pré concebidas. Nao suporto ser recordada. Nao suporto ser venerada, muito menos adorada. Nao suporto ser abordada. Nao suporto ser amada. Nao suporto nao amar. Nao me faz sentir mais ou menos vazia. Faz me sentir desintegrada do mundo convencional. Do que é suposto pensar. Do que é suposto fazer. Do que é suporto amar. De como é suposto amar.
Toda a memória alheia traz recordações do que ouviram dizer da minha pessoa. se é que me posso considerar tal coisa. Considero-me uma essencia deambulante, que tenta respirar o máximo de ar puro possivel, sem se contagiar com as vozes, com os barulhos, com as luzes incandescentes vindas do mundo. Nao suporto a luz indesejada. Nao suporto demasiada clarividencia.
Nao suporto escrever de luzes acesas. Fazem me encarar a claridade. A mais puta das percepçoes humanas. A solidão da escrita faz me perceber o porquê de ser, em tom de cliché de novela, como realmente sou.
Nao suporto pressoes próprias e alheias. Nao consigo olhar á volta e ver pressoes de qualquer natureza. E muito menos no campo do conforto, do amor e da imprevisibilidade e naturalidade com que tudo deve acontecer. Nao suporto análises das coisas. Nao suporto falar sobre as coisas. Nao suporto que me venham falar sobre as coisas. As coisas nao existem. Sao ideias pre concebidas. Apenas ideias pre concebidas. É a auto estima que decresce e decresce, até fazer com que cada ser, pense que nao é amado, nao é abordado, nao é recordado, por nao ser mencionado a cada segundo.
Nao faz parte da minha natureza.( Nao me pressiones por favor. ) Nao me digam como reagir perante a imprevisibilidade do meu puro ser. Puro de intençoes, mas ainda assim, sagrado, inelutável e inoxeravel ser.
Nao suporto perguntas com "Quandos?", "Ondes?", "Porquês?" e "Com quens?". Ninguém deve saber de outrém mais do que lhes é confessado em conversas a dois. Tudo o que provém de fora, é pecaminoso .É invejoso e provém de uma ira criminosa de nao saberem quem sao realmente. Nao suporto relaçoes em que nao posso fluir. Nao suporto gente vil, que pensa que toda a natureza humana, é construida sobre a mesma forma de pensar, sobre a mesma forma de agir. Sao estas as pessoas que, com a pura sorte macabra do destino, dão em grandes amores para a eternidade. Pela imprevisibilidade do momento, pelo amor incondicional e sem interrogaçoes de mortais a interromper o caminho rupestre, e sem justificaçoes continuas de tudo o que se passa á volta no mundo. Sao essencias compativeis deambulantes, que vivem respirando, existindo, cumprindo os sonhos, e mesmo de dentro do rebanho, brilham no escuro imposto pelos outros. Gesticulam. Nao usam palavras vãs, apenas prosa lírica. Ignoram as cores e são belos por serem únicos e felizes.
Acreditem nas minhas palavras - sou incrivelmente sábia, nos meus intervalos de escuridão imposta, em que apenas o monitor me indica o caminho.


Respirem fundo.
O mundo flui por si só.