quarta-feira, 24 de março de 2010

Vodkaholic



A mesa estava presa ao chão pela gravidade e o corpo preso á cadeira pela preguiça. Temos neste momento a constatação efectiva do espaço em que nos encontramos. Á sua frente, um pequeno copo. Pequeno demais para matar, mas suficiente para o veneno que chamava de seu segundo sangue. E com o ele correndo pelas veias, tinha vivido mais que todos. Seria então considerado uma parte de si? Vivera consigo. Morrera também consigo. Seria por isso a sua essência. Gostava de pensar que sim. Seria uma existência ardente, que poucos apreciam como deve ser apreciada, que todos dizem ser fantástica mas que na realidade poucos souberam satisfazer segundo os padrões normais a que está habituada, exótica, servida em espaços pequenos, usufruida em grande quantidade, em grande qualidade, todos querem saber como e poucos sabem o porquê. É única e é transparente. Não guarda truques ou segredos. Acha-os desnecessários e no entanto todos acham haver um segredo para ser como é. Que foi forjada no meio de intrigas e muita merda junta, tentanto em conjunto criar algo de perfeito. Dois negativos criariam assim um positivo poderoso. E um milhão de negativos quantos positivos faria? Um. Puro. Simples. Shot. Vodka.
Nada mais.


A presunção leva á excentricidade.
A excentricidade leva á genialidade.

É 1:54.
22 by Lily Allen.