domingo, 29 de março de 2009

Futilidade






Certo dia, acordei.

E senti que nenhum outro sonho poderia ser pior, que a constatação do passado preciso. Sonhei com a perfeição.
Com a realização.
Com o concretizar de todos os sonhos.
Um real pesadelo.
Apercebia-me que nao tinha ao que mais almejar.
Que a fantasia era a realidade e que estava completa.
E de todos e conjuntos me formava.
Nao percebia bem então o que fazer.
Nao percebia porque respirar.
Nao percebia onde tinha agora que lutar.
Onde estavam as dificuldades.
Os desafios.

O quebrar barreiras era agora guardado num álbum de fotografias, o sentir a adrenalina preso na memória e o desejar intensamente junto das cicatrizes do passado.
Senti-me presa por já não saber sofrer.
Chorei por não ter mais o que chorar.

E só percebi que estava infeliz, quando chorava á frente de sorrisos. Sorria perante os álbuns, as memórias e as cicatrizes do outrora.
E o futuro dava-me festas na testa e afagava-me as lágrimas. Por saber o que me esperava.
De dificuldades e durezas, tentavam tornar uma magnolia, que ás terriveis maleitas se havia habituado, a uma conformada rosa, de pensamentos iguais e carinhos fáceis.
Perguntavam-me porque chorava eu.
Respondi-lhes estar a mentir.
Chamaram-me hipócrita.
E aí,
Chorei então de verdade.


(...)