quinta-feira, 3 de maio de 2012

Círculo da nicotina


Deixa-me explicar-te o meu dia.
Misturou se com a noite e por isso nao o vou intitular de independente. E de si mesmo.
Iniciou-se com um cigarro. Um bizarro e único cigarro, que persistia perante o vazio de uma caixa outrora rica em nicoticas nocturnas. Estranho, e importante será realçar, que cigarros de manhã, são apenas para dias directos das noites. Em casa de umas e outros, para curar certas e únicas necessidades de controlo e luxúrias várias. Mas este meu era diferente.
Há cigarros que não se extinguem. Permanecem na incerteza de serem ou não fumados, ou simplesmente esquecidos a meio de conversas. O meu não se extinguia perante a continuidade de uma melodia. Uma perfeita e deliciosa melodia. Chamada Primavera, de uma banda que se oferecia a si mesma ao público.  E então tudo começou. Bonito. Numa casa com vista para os pilares vermelhos gigantes, de onde se cheirava a própria estação da melodia de longe.
A miga dormia, e eu sorria sem saber.

Soube mais tarde.
Era a calmaria.