domingo, 21 de outubro de 2012
Calafrio em construção
É como perder o sentido que já pouco de si existencializa. Como uma versão mal contada dos factos em que uns diziam que era o quente o responsável, e outros proferiam com a maior certeza mundana ser o frio.
domingo, 14 de outubro de 2012
Soldier On
Sinto uma constante. Como um ar que carrega os medos, as
aspirações, os orgulhos perdidos e recuperados, as memórias e os passados.
Passados contados ou vividos e que agora permanecem na incerteza de um
reaparecimento. Onde andas tu? Diz me onde andas. O passado foi construído
sobre as bases erradas, felizmente erradas. Certamente próprias, mas que
tornaram o presente exigente com os humanos que nele subsistem ridiculamente na
única condição de serem os mais cool em redes sociais. Onde foi parar a
comoção? Que é feito da inteligência, que é feito do amor sincero lírico e
duradouro? Que é feito.... foda se - da concordância, da discordância, da
discussão, do saudável, do nocivo e novo, da novidade por si só - dita, da
noção de cultura, da literatura constante, do sentimento de liberdade, da
individualidade virada para uma sociedade de diferença e não para uma sociedade
estética de consumo. Onde a liberalização do individuo dá importância ao
conteúdo e ao exterior, como um misto de uma equação estratégica e tacticamente
pensada. E não só pelo ridículo do estético irreverente, e não só pela assunção
dos conteúdos - sem neles demonstrar prática evidente de ser experienciada. Mas
guardada em cofres de pensamento. Ridículo, quase tão ridículo como a falta
deste. Onde estás tu? O mal não se esquece pela exigência e dedicação do bem na
vida, não se balanceia, não se compensa, o mal traduz se em cicatrizes. As
cicatrizes são fodidas, são como tatuagens da experiencia. Como se o tempo
decidisse dedicar-se á arte urbana, depois de ver pelos anos passarem-se belos
murais nas calçadas da minha cidade, e concluísse que o ser humana, precisaria
- assim como as calçadas- de uma lembrança de que o mal correto dos artistas
que se comovem, que experienciam, que espancam, que amam e ardem pela arte e
pela vida também englobam a dimensão temporal do que vivemos, também englobam o
espaço, a dor, a queda, o murro, o ardor e a consequente cicatriz. Tatuada pela
constante. Lembrada pela memória coletiva. Num regime político de expressão
social, de identidade banal, de poder desequilibrado e de contrapoder
endrominado, por mentes insanas, controladas pelo desejo de matar. A identidade
resta. Tudo o resto flutuou.
(Dispersão envolvida em conteúdos programáticos, frustações presentes e melancolias de Temper Trap. Uma dissertação acertada. Sem conclusões.)
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